“Eles
poderiam cuidar da gente como se fôssemos filhos deles. “Ouvi isso de um brasileiro hoje e á a pura verdade. Pessoas morrendo
por falta de atenção e cuidados do poder público. Infelizmente, a maioria dessas pessoas não tem para onde ir e permanecer nesses locais considerados áreas de risco é a única opção. Falta investimento do governo em construções de habitações populares. Os órgãos responsáveis em fiscalizar essas áreas e conscientizar as pessoas também não são eficientes e permitem que tragédias continuem acontecendo.
Resgate de vítima no morro dos prazeres - Rio Cumprido/RJ 06/04/2010 - Foto: Marcos de Paula/AE |
Ninguém quer morrer soterrado, todos
querem um lugar para morar, um emprego e felicidade para suas famílias, mas como
isso não está ao alcance de todos, as pessoas invadem as matas e investem o
pouco de dinheiro que conseguem acumular em construções irregulares, inseguras
e sem nenhuma orientação técnica. Não são previstos locais para escoamento de água, redes de esgoto, ruas, calçadas, coleta de lixo e nenhum outro tipo de infraestrutura, o objetivo exclusivo é construir um teto, todo o restante é pensado depois e é aí que vem o desespero. Quando a fiscalização chega nesses locais a maioria deles já virou comunidade e não há para onde realocar tanta gente.
Foto: site Inea |
No Brasil não temos terremotos, vulcões e furacões por causa do nosso
clima e localização geográfica, mas em compensação sofremos com alagamentos, desmoronamentos
e poluição provocados pelas fortes chuvas e agravados por conta da ocupação
desordenada e a responsabilidade disso tudo é sim dos nossos governantes, que
não fazem uma gestão competente e honesta de todo o dinheiro que exploram da
população. Sim, isso mesmo, exploram, porque você não tem escolha, é obrigado a pagar os impostos altíssimos do jeito que eles decidem.
Carros parados no bairro de Leopoldina, no Centro. Rio de Janeiro, 06/04/2010.Foto: Tasso Marcelo/AE |
Texto: Danielle Ataliba - Arquiteta e Urbanista
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